sexta-feira, 15 de abril de 2011
morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, e sim folclore.
Os ninguéns custam menos do que a bala que os mata.
Eduardo Galeano
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, e sim folclore.
Os ninguéns custam menos do que a bala que os mata.
Eduardo Galeano
Se achava uma nuvem, ou uma flor.
Nuflor ou fluvem... um meio-termo.
Não que ser meio-termo fosse agradável.
Era decidida, mas por opção própria
decidiu não decidir entre a flor e a nuvem.
Cabe o infinito. Queria ser o infinito; queria ser infinita...
Ainda entre a flor e a nuvem, tinha uma boa sensação.
Guiada pelo vento, admirada pelos mortais
e espaço de dança para insetos. I-N-S-E-T-O-S?
Tinha um quê de excêntrica.
Sua maior excentricidade era acreditar na liberdade,
mesmo que estivesse presa na imensidão entre a flor e a nuvem.
Tal imprecisão não era retrato de melancolia.
Pelo contrário.
O sorriso ABERTO era o cartão postal.
Lucas Soares
setenta e oito coelhos que subiram
um em cima do outro
para poder beijar a girafa.
Ou contam a história do coelho azul
que estava sozinho no meio do céu:
uma estrela levou o coelho azul pra passear no céu.
Visitaram a lua, que é um grande país branco e
redondo e todo cheio de buracos,
e andaram girando pelo espaço,
e saltaram sobre as nuvens de algodão,
e depois a estrela se cansou e voltou para o país das estrelas,
o coelho voltou para o país dos coelhos, e lá comeu milho
e fez cocô e foi dormir e sonhou que era
um coelho azul que estava sozinho no meio do céu.
Eduardo Galeano
um em cima do outro
para poder beijar a girafa.
Ou contam a história do coelho azul
que estava sozinho no meio do céu:
uma estrela levou o coelho azul pra passear no céu.
Visitaram a lua, que é um grande país branco e
redondo e todo cheio de buracos,
e andaram girando pelo espaço,
e saltaram sobre as nuvens de algodão,
e depois a estrela se cansou e voltou para o país das estrelas,
o coelho voltou para o país dos coelhos, e lá comeu milho
e fez cocô e foi dormir e sonhou que era
um coelho azul que estava sozinho no meio do céu.
Eduardo Galeano
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